Feições cansadas de um guerreiro
Atuante numa natureza verdadeiramente morta.
Tez morena e ressecada do impiedoso sol que insola.
Canto afônico que num lamento, ecoa sertão adentro.
Gibeira de couro surrada, montado num alazão que de sede arfa
Os filhos perecendo de fome tem nas mãos uma única bolacha
O gado começa a padecer e o desespero jorra
O jeito é apelar pra Nossa Senhora
O desejo de deixar a terrinha já nasce
mas o temor do que o espera o torna covarde
Com esperança no coração sonha ainda com uma benção
Que traga a chuva e a alegria para poderem tocar suas vidas.
Claudenor de Albuquerque