Sapatos velhos
De solados gastos
Baratos e molambentos.
Já pisaram os arados
E a terra cinzenta.
Os mesmos sapatos
Que os seus suportaram
Sobre os meus apoiados.
Sapatos de cadarço
Que sempre desamarravam
Você com o mesmo laço
Amarrava e sorria
Esse mesmo sapato
Usei no último abraço
Que sumiu no espaço
E só eles restaram.
Claudenor de Albuquerque